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A ‘Super Cana’ de Eike Batista: Aposta Bilionária na Bioenergia e Sustentabilidade

A ‘Super Cana’ de Eike Batista: Aposta Bilionária na Bioenergia e Sustentabilidade

Eike Batista está de volta ao mundo dos negócios com um projeto ambicioso: a ‘super cana’, uma variedade aprimorada geneticamente que promete produzir três vezes mais etanol e 12 vezes mais biomassa do que a cana tradicional. A proposta busca revolucionar o setor de bioenergia e embalagens sustentáveis, trazendo um impacto significativo para o agronegócio brasileiro.

Para viabilizar o projeto, Eike captou US$ 500 milhões junto a um fundo estruturado pelo banqueiro Mário Garnero, que tem como investidores o Abu Dhabi Investment Group (ADIG) e o próprio Garnero. O aporte inicial será usado para a implantação do primeiro módulo de produção em uma área de 70 mil hectares ao redor do Porto do Açu, no Rio de Janeiro. Quando estiver em plena operação, essa unidade terá capacidade de gerar 1 bilhão de litros de etanol por ano e 1 milhão de toneladas de biomassa, com potencial de abastecimento tanto para o mercado interno quanto para exportação.

Um projeto com alcance global

A iniciativa também atende ao crescente interesse global por combustíveis sustentáveis de aviação (SAF), com a Emirates Airlines já demonstrando interesse na tecnologia. Além da produção de etanol para combustível, a biomassa resultante pode ser utilizada na fabricação de embalagens biodegradáveis, reforçando o apelo sustentável do projeto e alinhando-se às tendências globais de redução de plásticos.

Para financiar a expansão, Eike planeja lançar um token próprio ($EIKE) por meio de um initial coin offering (ICO), buscando levantar US$ 100 milhões. O modelo inovador permitirá que investidores comprem 100 milhões de tokens a US$ 1 cada, garantindo participação nos futuros lucros do projeto – 10% do faturamento será destinado aos detentores do ativo. Os tokens serão desenvolvidos na blockchain Solana, e os fundadores terão um lock-up de quatro anos antes de poderem negociar suas cotas.

Uma ideia que retorna após anos de desafios

O conceito da ‘super cana’ não é novo. Ele foi desenvolvido há mais de 20 anos pelos brasileiros Luis Carlos Rubio e Sizuo Matsuoka, especialistas em melhoramento genético de cana-de-açúcar. A tecnologia chegou a ser explorada por empresas como CanaVialis, adquirida pela Monsanto em 2008, mas o projeto foi descontinuado em 2015. Eike retomou o desenvolvimento em 2015, mas, com sua crise financeira e prisão em 2017, a iniciativa foi pausada novamente. Agora, com novos investidores e uma estrutura de financiamento mais robusta, o projeto ganha uma nova chance de sucesso.

Com a promessa de um EBITDA de US$ 5,9 bilhões por módulo quando operando a plena capacidade, e um valuation estimado de US$ 63 bilhões por unidade, a aposta de Eike tem potencial para transformar o mercado de biocombustíveis e reforçar o papel do Brasil como um dos líderes globais em energia renovável e bioeconomia.

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