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Saúde íntima e imunidade: uma conexão que começa no intestino

Saúde íntima e imunidade: uma conexão que começa no intestino

Durante muito tempo, os sistemas do corpo humano foram estudados de forma isolada. Hoje, no entanto, a ciência avança em outra direção: compreendendo o corpo como uma rede integrada, em que o equilíbrio de um sistema afeta diretamente outros — especialmente quando falamos da microbiota intestinal, imunidade e saúde íntima feminina.

O papel central do intestino na defesa do organismo

O intestino é o principal habitat de microrganismos no corpo humano. Estima-se que existam mais de 100 trilhões de bactérias no trato gastrointestinal, com funções que vão muito além da digestão. Ele é considerado o maior órgão imunológico do corpo, responsável por cerca de 70% das células imunes.

Estudos recentes indicam que desequilíbrios na microbiota intestinal — também chamados de disbiose — estão associados a maior suscetibilidade a infecções, inflamações sistêmicas e distúrbios no eixo intestino-vagina.

Microbiota vaginal e urinária: sensíveis às alterações intestinais

A microbiota vaginal saudável é dominada por lactobacilos, principalmente as espécies Lactobacillus crispatus, L. jensenii, L. gasseri e L. iners, que produzem ácido lático e ajudam a manter o pH vaginal ácido, dificultando a proliferação de microrganismos patogênicos.

Contudo, quando há disbiose intestinal, pode haver também desregulação da microbiota de mucosas próximas, como a vaginal e a urinária. Isso contribui para o aumento de infecções urinárias, candidíase e vaginoses bacterianas — condições comuns e recorrentes na população feminina.

Um estudo publicado no Frontiers in Cellular and Infection Microbiology (2022) mostrou que mulheres com infecções vaginais recorrentes apresentavam diversidade reduzida de bactérias benéficas no intestino e na vagina, sugerindo uma conexão entre os dois microbiomas.

Probióticos: uma estratégia de modulação com base científica

A utilização de probióticos específicos tem sido estudada como forma de restaurar o equilíbrio da microbiota intestinal e, por consequência, apoiar a saúde íntima.

As cepas Lactobacillus rhamnosus GR-1® e Lactobacillus reuteri RC-14® são algumas das mais estudadas nesse contexto. Um ensaio clínico conduzido por Reid et al. (FEMS Immunology & Medical Microbiology, 2003) mostrou que a administração oral dessas cepas ajudou a colonizar a mucosa vaginal e reduziu episódios de vaginose bacteriana e infecções do trato urinário.

Além disso, evidências apontam que os probióticos também modulam a resposta inflamatória sistêmica e influenciam positivamente a função de barreira da mucosa intestinal.

Saúde íntima como reflexo de um intestino em equilíbrio

Compreender essa conexão tem levado a um novo olhar sobre a prevenção de infecções urinárias e ginecológicas, principalmente naquelas mulheres com histórico de recorrência. Em vez de tratar apenas o local da infecção, a proposta é modular o microbioma como um todo, com foco especial no intestino.

Além dos probióticos, nutrientes como vitamina D, zinco, selênio e cranberry vêm sendo combinados em fórmulas voltadas a esse público. Essas substâncias atuam em sinergia: fortalecem a imunidade e oferecem suporte antioxidante e anti-inflamatório.

Um exemplo prático é a composição de suplementos que reúnem essas estratégias em um único produto, como o Simfort® Femme, que associa cepas probióticas específicas com vitaminas e extratos reconhecidos pela literatura. Embora seja apenas um exemplo, ele ilustra como a ciência já está sendo traduzida em soluções aplicáveis na rotina feminina.

Conclusão: integrar sistemas é o caminho para a saúde feminina

A ciência vem nos mostrando que o cuidado com a saúde íntima não deve ser restrito ao uso de antibióticos ou antifúngicos — mas sim parte de uma abordagem sistêmica, que envolve nutrição, equilíbrio da microbiota e suporte imunológico.

A nutrição funcional e a ciência do microbioma caminham lado a lado para oferecer caminhos mais eficazes e duradouros, tanto na prevenção quanto na qualidade de vida das mulheres.

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