Em primeiro lugar, em janeiro desse ano a Embrapa publicou um artigo dizendo que a castanha de caju brasileira possui mais proteína do que outras castanhas.
Em determinado estudo, foi visto que o isolado proteico da amêndoa da castanha de caju, obtido da farinha desengordurada, apresentou 86,2% de proteínas. As proteínas com esse perfil são indicadas para uso em alimentos semi-sólidos como iogurtes, embutidos cárneos e mousses.
Caso você não saiba quais são as importâncias das proteínas, venha ler o nosso artigo completo AQUI.
Primeiramente, quando a castanha de caju é processada, cerca de 20% a 40% da produção é de amêndoas quebradas, porém o valor nutricional não é alterado, sendo 40% a 48% de lipídeos e de 17% a 34% de proteínas.
Para obter o isolado proteico, foi feita a extração alcalina e após a centrifugação, na qual obteve a seguinte composição:
- Cinzas= 2,84%
- Lipídeos Totais= 1,71%
- Proteínas= 86,28%
- Carboidratos totais= 9,17%
Dessa forma, há baixa quantidade de lipídeos e cinzas, sendo as substâncias com menor quantidade nas amostras analisadas.
Mercado da castanha de caju brasileira
Observa-se que a indústria tem buscado isolados proteicos para que gere mais produtos industrializados. Por exemplo o Canadá, China e Bélgica que tem produtos proteicos derivados de ervilhas, sendo os principais produtos do mercado.
Entretanto, para que a indústria não gaste mais, há a opção de desenvolver concentrados proteicos com matérias-primas brasileiras, sendo uma alternativa que poderá ser mais saborosa e lucrativa. Segundo a PAM, em 2020 a área ocupada com cajueiro no Brasil foi calculada em 426,1 mil hectares, na qual 99,7% dessa área está localizada no Nordeste.
Portanto, a proteína vinda da castanha de caju brasileira é uma ótima opção de ingrediente para a indústria de carnes processadas, linguiças, massas e alimentos semissólidos por suas propriedades de absorção de água e óleo. Ademais, como ela tem uma capacidade de formação de espuma, também é um ingrediente para a indústria de confeitaria, como doces, mousses e suspiros.
REFERÊNCIAS:
- LIMA, Janice Ribeiro, et al. Isolado proteico obtido de subproduto do processamento da castanha de caju. Embrapa Agroindústria de Alimentos, Rio de Janeiro, 2022. Disponível em: https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/1139043/isolado-proteico-obtido-de-subproduto-do-processamento-da-castanha-de-caju. Acesso em: 18/07/2022.
- Produção de Castanha-de-caju (cultivo). Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Brasil, 2021. Disponível em: https://www.ibge.gov.br/explica/producao-agropecuaria/castanha-de-caju-cultivo/br. Acesso em: 18/07/2022.