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Corantes naturais como compostos Bioativos

Corantes naturais como compostos Bioativos

A NC, uma consultoria voltada para a comunicação científica realizou recentemente um webinar com foco em cores e saudabilidade. A combinação de temas foi inédita, mas com perfeita sinergia dos conceitos.

Ficamos muito animados com os resultados conquistados e passamos a buscar mais informações sobre corantes naturais bioativos e seus benefícios de saúde para atender algumas consultas que havíamos recebido.

Então, fizemos contato com o Prof. Paulo Stringheta da Universidade Federal de Viçosa em Minas Gerais, Departamento de Tecnologia de Alimentos – LaCBio – Laboratório de Corantes Naturais e Compostos Bioativos que é um dos mais referenciados cientistas que trabalham no assunto com inúmeros artigos publicados. Neste trabalho o Prof. Paulo divide assinatura do artigo com a Prof. Mariana de Melo Cazal também da mesma universidade.

Nós dividimos o artigo em duas partes e a primeira parte ficou reservada para introdução, os grandes motivadores para a criação do artigo e o início do conteúdo científico. Na segunda parte estão publicadas a parte complementar do conteúdo e a conclusão do trabalho. Esperamos que o artigo atenda a suas expectativas trazendo conteúdo para entender melhor todos os benefícios dos corantes naturais bioativos. Boa leitura!

Corantes Naturais Como Compostos Bioativos

Mariana de Melo Cazal
Paulo Cesar Stringheta

1. INTRODUÇÃO

A ênfase na busca de alimentos que contribuem para a obtenção de uma saúde adequada tem aumentado dramaticamente em todo o mundo (HASLER, 2000; LAJOLO, 2002). É de conhecimento de todos, que para conseguir e manter uma boa saúde é necessário ingerir vários tipos de alimentos.

Uma alimentação variada, colorida, equilibrada em quantidade e qualidade é a garantia de que estamos recebendo todos os nutrientes essenciais necessários e recomendados (LAJOLO, 2002). Entretanto, nos últimos anos, estudaram-se não só os efeitos que os nutrientes presentes nos alimentos trazem para a saúde, mas também os seus compostos bioativos (HASLER; BLUMBERG, 1999).

Satisfazer o desejo do consumidor através da formulação dos alimentos é uma tarefa muito minuciosa. A cor dos alimentos é um dos primeiros elementos observados pelo consumidor na decisão de ingerir o alimento, associando-o ao sabor. Os corantes artificiais confere cor aos alimentos, mas não apresentam valor nutritivo. Além disso, estudos mostram que os corantes artificiais são cancerígenos, podem causar dermatite alérgica e irritação da pele (HAMERSKI et al., 2013).

Paralelamente, diante da crescente tendência mundial de consumo de produtos livres de aditivos sintéticos, as indústrias tem se preocupado em substituir os corantes artificiais pelos naturais em seus processos produtivos. A indústria dos corantes naturais apresentou significante desenvolvimento nos últimos 25 anos devido à pressão dos consumidores preocupados com os efeitos prejudiciais dos pigmentos sintéticos na saúde. Assim, diversas substâncias encontradas na natureza têm sido testadas para cor e ainda, por suas propriedades bioativas (DOWNHAM; COLLINS, 2000; HAMERSKI et al., 2013; JACKSON, 2004).

Compostos bioativos são constituintes extranutricionais que ocorrem tipicamente em pequenas quantidades nos alimentos e podem desempenhar diversos papéis em benefício à saúde. Tais compostos parecem complementar os nutrientes essenciais, potencializando o efeito desejado para a prevenção de doenças (HASLER; BLUMBERG, 1999; LAJOLO, 2002; FINLEY, 2005).

Os componentes bioativos podem interagir em vários pontos do estado de saúde do indivíduo, alterando a resposta genética e produção de proteínas (HASLER; CLARE, 2002). Dentre os efeitos benéficos dos corantes naturais como compostos bioativos estão suas propriedades antioxidantes, proteção contra danos oxidativos a componentes celulares, prevenção de doenças cardiovasculares, oftálmicas e o câncer (LAMPE, 1999; HASLER; BLUMBERG, 1999; DELGADO-VARGAS, 2000; KHOO et at., 2017; LILA, 2004; FINLEY, 2005). Tais efeitos são comprovados em inúmeros estudos experimentais, clínicos e epidemiológicos (WHO/FAO, 2003).

Os mecanismos de ação podem ser genéricos ou específicos a um composto bioativo. Dentre os corantes naturais que apresentam compostos bioativos com impacto na saúde estão os carotenoides (-caroteno, licopeno, luteína, zeaxantina, bixina e norbixina); antocianinas, curcumina, carmim de cochonilha, betalaínas e pigmentos de monascus (DOWNHAM; COLLINS, 2000; LILA, 2004). Com base nos efeitos benéficos dos corantes naturais no organismo, este capítulo teve como objetivo descrever e discutir o papel destas substâncias como compostos bioativos, bem como seus efeitos em relação à saúde.

2. CAROTENÓIDES

Os pigmentos de carotenoides possuem estrutura química composta por ligações duplas conjugadas e altamente insaturada, que são responsáveis pela cor dos alimentos e por algumas de suas funções biológicas (CONSTANT et al., 2002). Essas substâncias são responsáveis pelas cores laranja, amarela e vermelha de frutas, flores, hortaliças, gema de ovos, algas, alguns peixes e crustáceos.

As fontes dietéticas importantes incluem as cenouras, laranjas, abóboras, tomates e espinafre (RODRIGUEZ-AMAYA, 2003; VOLP et al., 2011). Alguns carotenóides como o α e -caroteno, α e β-criptoxantina, γ-caroteno e β-zeacaroteno têm atividade pró-vitamina A (transformam-se em vitamina A no organismo), sendo que o β- caroteno possui maior atividade pró-vitamina A do que qualquer outro carotenoide.

A vitamina A é requerida nos processos de visão, manutenção epitelial, secreção da mucosa e reprodução (DOWNHAM; COLLINS, 2000; LAJOLO, 2002; MORTENSEN, 2004). Outros como o licopeno, presente em alimentos como o tomate e a goiaba, não são precursores da vitamina A, mas agem no organismo como antioxidantes, na eliminação de espécies ativas de oxigênio (EROs), formadas ou não no nosso metabolismo. As pesquisas sugerem também a sua participação na prevenção ou controle do câncer de próstata (HASLER, 2000; LAJOLO, 2002; SHAMI; MOREIRA, 2004).

Outros carotenoides como a zeaxantina e a luteína, encontrados no espinafre, no brócolis e no milho, encontram-se no olho, na região macular e parecem ter papel de prevenção da degeneração macular que ocorre com o envelhecimento (HASLER, 2000; HASLER, 2002). É sabido que o consumo de vegetais e frutas ricas em compostos carotenóides, está associado à efeitos benéficos a saúde humana, tais como, aumento da resposta imune, redução de doenças cardiovasculares, degeneração macular e diversos tipos de câncer, como do fígado, da pele e do trato digestivo, pois são substâncias potencialmente antioxidantes (SVILAAS et al., 2004; RODRIGUEZ-AMAYA, 2003).

A mais conhecida atividade antioxidante dos carotenóides é a sua habilidade de desativar moléculas reativas de oxigênio singlete. A ordem decrescente da capacidade de extinção de oxigênio singlete é a seguinte, entre os carotenóides: licopeno > -caronteno > - caroteno. Apesar disso, o licopeno sozinho (em 20g/g de óleo) é considerado pró-oxidante, porém em associação com outros compostos antioxidantes como o -tocoferol, possui efeito sinérgico, reduzindo inclusive a oxidação do primeiro (ANGUELOVA; WARTHESEN, 2000; VOLP et al., 2011).

Os carotenóides podem proteger as membranas celulares da peroxidação lipídica por formas reativas de oxigênio garantindo, desta forma, a integridade e fluidez da membrana, diminuindo a formação de peróxidos imunossupressores e impedindo alterações na sinalização intracelular e função celular (PAULA, 2004).

Desde que câncer e doenças cardiovasculares são as maiores causas de morte do mundo ocidental, o interesse em carotenóides como agentes preventivos vêm aumentando devido ao fato de que dietas ricas em carotenóides têm sido associadas a baixo risco destas doenças (MORTENSEN, 2004). A atuação dos carotenóides, em especial do -caroteno, nos diversos estágios da carcinogênese (iniciação, promoção e progressão) pode estar relacionada à sua ação antioxidante, à regulação das junções comunicantes, ao aumento da resposta imune ou ainda à modulação da expressão do gene supressor tumoral.

Entretanto, os estágios da carcinogênese em que os carotenóides podem agir ainda não estão estabelecidos (PAULA et al., 2004). A geração de EROs está relacionada à ativação de carcinógenos na fase de iniciação, assim como alterações nas atividades celulares nas fases de promoção e progressão, tornando concebível a hipótese de que a inativação destas espécies possa resultar na proteção contra carcinogênese. Assim, a ação antioxidante dos carotenóides poderia impedir o desencadeamento do processo de carcinogênese.

A atividade dos carotenóides contra a carcinogênese parece estar fortemente relacionada com sua habilidade de regular as junções comunicantes, que são poros que conectam as células adjacentes, as quais possuem funções fisiológicas como a troca de nutrientes e íons entre as células conectadas, transferências de sinais elétricos e troca de compostos sinalizadores.

Entre os sinais reguladores do crescimento celular, estão os sinais antiproliferativos, controlando o crescimento celular. Por outro lado, agentes promotores do crescimento tumoral podem inibir a comunicação intercelular o que pode ser um importante mecanismo pelo qual as células pré-neoplásicas escapem do mecanismo normal de regulação do crescimento e progridam para neoplasia. A redução da taxa de proliferação celular das células iniciadas é um importante mecanismo de quimioprevenção no câncer (PAULA, 2004).

O sistema imune desempenha papel fundamental na prevenção do câncer. O -caroteno e, possivelmente, outros carotenóides podem aumentar a função das células imunes envolvidas na detecção e na eliminação de células tumorais. Este efeito parece estar relacionado à sua atividade antioxidante, uma vez que as células envolvidas na resposta imune podem sofrer ação de produtos formados em reações oxidativas (PAULA, 2004). Grandes pesquisas têm sido realizadas com o -caroteno sozinho, mas existe uma grande evidência que os carotenóides atuam sinergicamente quando consumidos na forma de “mixed” carotenóides, encontrados em fontes de alimentos naturais, como em cenouras (DOWNHAM; COLLINS, 2000).

2.1. Licopeno

O licopeno é um pigmento carotenoide que apresenta tonalidade de cor variando entre o alaranjado e o vermelho, e está presente, principalmente, em tomates, goiabas e melancias (DOWNHAM; COLLINS, 2000; EDWARDS et al., 2003). Na indústria alimentícia, o licopeno é usado como aditivo para manutenção da qualidade sensorial e nutricional, evitando a oxidação do alimento durante o processamento e o armazenamento (HAMERSKI et al., 2013).

Esse corante é considerado o carotenóide que possui a maior capacidade sequestrante do oxigênio singlete, sendo assim, protege as moléculas de lipídios, lipoproteínas de baixa densidade, proteínas e DNA contra os radicais livres (SHAMI; MOREIRA, 2004; FINLEY, 2005).

Estudos prospectivos, em grupos populacionais, vêm consolidando a ideia da correlação entre alimentos que contêm licopeno com redução do risco ou a progressão de muitas doenças tais como a hipertensão essencial (HE), doenças cardiovasculares (CANENE-ADAMS et al., 2005, ENGELHARD et al., 2006), aterosclerose, cânceres cervicais e de próstata (HASLER, 2000; HASLER, 2002; LAJOLO, 2002; FINLEY, 2005; CANENE-ADAMS et al., 2005). A HE é um fator de risco inequívoco para a morbimortalidade cardiovascular, embora o mecanismo fisiopatológico exato para seu desenvolvimento ainda não esteja claro.

Discute-se o papel do estresse oxidativo na patogênese da HE, o qual pode inativar o óxido nítrico e desta forma, prejudicar a vasodilatação endotélio-dependente (ENGELHARD et al., 2006). Evidências epidemiológicas sugerem que o consumo de licopeno contribui para a redução do risco de câncer de próstata (WERTZ et al., 2004; KAPLAN, 2005).

Estudos pré-clínicos demonstram que o licopeno age por mecanismos diferentes, os quais têm potencial em cooperar na redução da proliferação de células normais e células epiteliais cancerosas da próstata (inibir a progressão do ciclo celular) (WERTZ et al., 2004; KAPLAN, 2005), em reduzir dano ao DNA, melhorar as defesas contra o estresse oxidativo (WERTZ et al., 2004) e indução da apoptose (KAPLAN, 2005).

Os mecanismos incluem: (a) inibição da sinalização do IGF-1 prostático, (b) inibição da expressão de IL-6 e (c) inibição da sinalização de andrógenos. Ainda, o licopeno melhora as comunicações gap-juncionais e induz enzimas de metabolização de drogas de fase-II, bem como a melhora de genes de defesa oxidativa.

2.2. Luteína e Zeaxantina

Luteína e zeaxantina encontram-se distribuídos em uma variedade de alimentos, principalmente na gema de ovo, milho, kiwi, espinafre, pimentão, brócolis e maça (DOWNHAM; COLLINS, 2000; MARES-PERÍMAN et al., 2002).

O desenvolvimento de formas solúveis para serem usadas mais facilmente em água, com aumento da estabilidade oxidativa, tem estendido suas aplicações, usando a luteína em sobremesas, refrigerantes e produtos de padaria. Seu tom de cor é amarelo ouro (VOLP et al., 2011).

Evidências científicas recentes estabelecem relação direta entre o consumo destes pigmentos e a proteção contra o desenvolvimento de doenças oftálmicas (degeneração macular e catarata) (MARES-PERÍMAN et al., 2002), retinopatia diabética (MIRANDA et al., 2004), câncer (DOWNHAM; COLLINS, 2000) e papilomavírus humano (HPV) (GIULIANO et al., 2003).

Atualmente é investigado se o consumo de altos níveis destes carotenóides na dieta habitual pode levar a altos níveis destes nos tecidos do corpo, particularmente nos olhos. Isto pode conferir efeitos benéficos à saúde, diminuindo o risco de doenças crônicas não transmissíveis (MARES- PERÍMAN et al., 2002).

A degeneração macular (DMRI) é uma doença crônica degenerativa não transmissível relacionada à idade (DAVIES; MORLAND, 2004; GUYMER; CHONG, 2006). Os carotenóides antioxidantes luteína e zeaxantina estão presentes em altas concentrações na mácula (GUYMER; CHONG, 2006). Em vista disto, existem muitas hipóteses em relação ao seu papel protetor ao desenvolvimento da DMRI (HASLER, 2002; LAJOLO, 2002; GUYMER; CHONG, 2006).

Uma dieta rica em luteína e zeaxantina está relacionada também com uma diminuição da incidência de cataratas (DOWNHAM; COLLINS, 2000). Estas xantofilas inibem a progressão de degeneração macular prevenindo a formação de catarata, pois absorvem a luz visível, sendo a zeaxantina mais efetiva na absorção de espectros na região do visível, entre 400 e 500 nm. Ainda, a zeaxantina protege as camadas de fosfolipídios da membrana celular contra a oxidação (KRINSKY, 2002).

Assim, estes pigmentos podem reduzir o grau no qual o dano oxidativo promove as doenças crônicas ou pode minimizar o dano devido ao estresse oxidativo por limitar o grau ao qual o oxigênio penetra nas membranas celulares (MARES-PERÍMAN et al., 2002). A retinopatia diabética é a primeira causa de cegueira em países desenvolvidos. Trata-se de uma complicação tardia da diabetes causada pelo estresse oxidativo gerado por esta doença.

Dessa forma, o tratamento com o uso do antioxidante luteína pode reduzir os radicais livres e aumentar a defesa antioxidante plasmática, diminuindo o estresse oxidativo e podendo ser um indicativo de tratamento coadjuvante para a retinopatia (MIRANDA et al., 2004). Dentre outras funções da luteína, existem evidências crescentes que este pigmento apresente propriedades anticancerígenas (DOWNHAM; COLLINS, 2000).

Trabalhos relacionam a ingestão de luteína e zeaxantina com a proteção contra o câncer de próstata (CAGIGAL et al., 2003). Cagical et al. (2003) referem em seu artigo de revisão que a ingestão de 2000 µg ou mais de luteína associada a zeaxantina, comparada com uma ingestão inferior a 800 µg tem um efeito protetor contra o câncer de próstata, com uma odds-ratio de 0,68. Dados epidemiológicos mostram que a infecção com o HPV é a maior causa do câncer cervical.

Para prevenir este tipo de câncer, estudos têm sido conduzidos para verificar associação entre componentes da dieta e infecção pelo HPV (GIULIANO et al., 2003). Giuliano et al. (2003) estudaram 433 mulheres com teste positivo para infecção por HPV.

Os componentes da dieta (dentre eles luteína e zeaxantina) foram avaliados por questionário de frequência alimentar. A média de consumo de luteína + zeaxantina para mulheres com infecção transiente para HPV foi de 293.38 μg/dia, e para mulheres com infecção persistente para HPV foi de 248.88 μg/dia. Neste estudo, o risco para infecção persistente para HPV foi menor entre as mulheres que relataram valores de ingestão de beta-criptoxantina e de luteína + zeaxantina nos 2 maiores quartis, comparadas com aquelas que relataram ingestão no menor quartil. Ainda, os autores referiram que o hábito de consumir mamão papaya uma ou mais vezes por semana foi inversamente associado com a infecção persistente por HPV.

2.3. Bixina e Norbixina

A bixina (forma lipossolúvel) e a norbixina (forma hidrossolúvel) são carotenóides responsáveis pela coloração do urucum (Bixa orellana L.), substância mais utilizada como corante natural no Brasil (MERCADANTE; PFANDER, 2001). A bixina é o carotenoide majoritário das sementes de urucum, perfazendo um mínimo de 80% dos carotenoides totais, seguida da norbixina (VOLP et al., 2011).

Atualmente, o urucum é uma importante fonte de pigmento vermelho, pois não é tóxico e apresenta alto valor nutritivo, contendo fibra, cálcio, fósforo e proteínas, além de ser de baixo custo.

Sua aplicação como corante na indústria de alimentos se dá principalmente em derivados lácteos, embutidos, refrigerantes, doces, massas e licores (HAMERSKI et al., 2013; MOREIRA et al., 2014). Estudos utilizando modelo animal têm demonstrado que estas substâncias são capazes de melhorar o perfil lipídico, reduzindo o colesterol e triglicerídeos plasmáticos (LIMA et al., 2001; SOUZA 2001).

A bixina também tem sido estudada como antioxidante durante o tratamento do câncer (DOWNHAM; COLLINS, 2000; ANTUNES; BIANCHI, 2004) sendo que a ingestão de bixina em modelos animais (ratos) resultou em uma proteção à nefrotoxicidade induzida pelo antitumoral cisplatina. Os autores sugerem que a bixina pode ter aplicações futuras na prática clínica como agente nefroprotetor (ANTUNES; BIANCHI, 2004). Outra propriedade deste corante pesquisada e demonstrada em estudos é sua ação antimicrobiana.

No estudo desenvolvido por Majolo et al. (2013) foi verificado que o extrato de urucum hidroetanólico apresentou atividade antibacteriana nas cinco bactérias testadas (Salmonella enteritidis, Escherichia coli, Staphylococcus aureus, Enterococcus faecalis e Listeria monocytogenes), sendo que as bactérias E. faecalis e L. monocytogenes foram as mais sensíveis à atividade antibacteriana, enquanto E. coli apresentou a menor sensibilidade.

3. ANTOCIANINAS

As antocianinas são pigmentos naturais que pertencem ao grupo dos flavonóides. São os componentes responsáveis pela coloração de uma grande variedade de frutas (como a uva, mirtilo, cereja e o morango), flores (como hibisco vermelho, flor rosa, alecrim azul, violeta comum e lavanda), legumes e hortaliças (como a cenoura escura, rabanete, berinjela, batata doce e o repolho roxos), conferindo uma ampla faixa de cores desde o vermelho até o azul (HAMERSKI et al., 2013).

As flavonas, outro composto flavonóide, participam como co-pigmento, protegendo as moléculas de antocianina e desta forma, contribuindo para a preservação da cor. Este mecanismo de co-pigmentaçao é próprio da família das antocianinas (COOK; SAMMAN, 1996; DELGADO- VARGAS, 2000). Dentre seus usos e aplicações, extratos ricos em antocianinas são comercializados na forma de concentrado líquido ou em pó, e são obtidos, por exemplo, a partir de casca de uva, groselha, cenoura, repolho, milho roxo, entre outros.

O corante comercial mais comum e o de menor preço é obtido a partir do bagaço de uva, subproduto da indústria de vinhos (HAMERSKI et al., 2013). Este pigmento natural é aplicado em sucos, geleias, bombons, chocolates, recheios, pastas de frutas, sorvetes, iogurtes, sopas em pó, queijos cremosos, gelatinas, isotônicos, doces, coberturas de bolso, refrigerantes e produtos de confeitaria (DOWNHAM; COLLINS, 2000; MASCARENHAS, 1998).

Representam um significante papel na prevenção ou retardam o aparecimento de várias doenças por suas propriedades antioxidantes (HASLER; BLUMBERG, 1999; DOWNHAM; COLLINS, 2000; HASLER, 2000). Tal atividade previne a oxidação da LDL-colesterol (low density lipoprotein), os quais por sua vez podem estar associados à prevenção de doenças cardiovasculares (LAJOLO, 2002; LILA, 2004), prevenção e progressão do câncer (FINLEY, 2005; KHOO et al., 2017 LILA, 2004), diabetes e envelhecimento (LIA et al., 2015; TAKIKAWA et al., 2010).

Em uma metanálise avaliando os efeitos da antocianina nos lipídios séricos em pacientes com dislipidemia concluiu que a suplementação de antocianina em pacientes com dislipidemia proporcionou redução significativa nos níveis séricos de colesterol total, triglicerídeos e LDL- colesterol, além do aumento significativo no nível de HDL-colesterol (LIU et al., 2016).

Estudos epidemiológicos mostram relação inversa entre a ingestão total de antocianina e o risco de desenvolver doenças cardiovasculares. De fato, o consumo de vinho tinto é bem correlacionado com a redução de doenças coronarianas. Um estudo bastante citado na literatura científica, conhecido como paradoxo francês evidenciou indivíduos que consumiam cerca de 14% a 15% do total energético da dieta na forma de gordura saturada e apresentavam níveis de colesterol sanguíneo elevado, semelhantes aos dos americanos e ingleses e tinham incidência de mortalidade por enfermidades cardiovasculares tão baixa quanto a dos japoneses e chineses.

Esse efeito foi atribuído aos flavonóides do vinho tinto por eles consumido, que diminuíam a oxidação das LDLs e a formação de trombos nessa população francesa (BRIDLE; TIMBERLAKE, 1997; DELGADO- VARGAS, 2000; COSTA, 2003). As antocianinas têm sido extensivamente estudadas por suas propriedades anticâncer, bem como antiangiogênese, com base em estudos in vitro, de cultura de células e modelos animais. 

A angiogênese é um processo chave para o desenvolvimento do câncer, no qual possibilita a transição de tumores de um estado benigno para maligno (KHOO et al., 2017). Li et al. (2015) realizaram um ensaio clínico para avaliar o efeito da suplementação de antocianina (160mg) extraídas de mirtilo e groselha preta sobre a dislipidemia, estado oxidativo e sensibilidade à insulina em pacientes diabéticos.

O grupo que ingeriu antocianina apresentou menor glicemia e resistência à insulina em jejum, bem como concentrações séricas significativamente elevadas de adiponectina e β-hidroxibutirato em comparação ao grupo suplementado com placebo. O efeito hiperglicêmico e o aumento da sensibilidade à insulina gerado pela suplementação de antocianina de mirtilo pode ser devido à ativação da proteína quinase ativada por adenosina monofosfato (AMPK) em ratos diabéticos tipo 2 no músculo esquelético, fígado e tecido adiposo branco, conforme demonstrado no estudo de (TAKIKAWA et al., 2010). 

A ativação da AMPK causa a regulação positiva do transportador de glicose 4 no músculo esquelético e no tecido adiposo, enquanto inibe a produção de glicose no fígado. Estudos sugerem que as antocianinas também apresentam a capacidade de induzir a secreção de insulina. Esta capacidade é variável para cada tipo de antocianina, sendo que a pelargonidina-3- galactosídeo é a que apresenta o maior efeito secretor, seguida da cianidina-3-glucosídeo e delfinidin-3-glucosídeo. 

Esta descoberta demonstra que o número de grupos hidroxila no anel B das antocianinas desempenha um papel crucial em sua capacidade de secretar insulina (KHOO et al., 2017). Há relatos também que os pigmentos de antocianina são importantes na manutenção da saúde dos olhos, apresentam propriedades anti-obesidade, antimicrobiana e efeito neuroprotetor (KHOO et al., 2017).REFERÊNCIAS

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