O leite é uma das mais importantes fontes de proteína para o homem desde a antiguidade. É composto principalmente por dois grupos de proteínas: caseína e proteína soro do leite (whey protein).
A caseína é o grupo de proteína que mais encontramos no leite, cerca de 80%. Existem vários tipos de caseína, no leite bovino encontramos principalmente 4 tipos chamadas alfa s1, alfa s2, beta e kappa.
A proteína predominante no leite bovino é a beta caseína, alcançando 30% das proteínas totais. E é nela que pesquisadores e indústrias têm concentrado forças nos últimos anos para inovar.
Existem variações genéticas da beta caseína que podem modificar a forma como nosso organismo digere o leite. As variantes genéticas A1 e A2 são as mais frequentemente encontradas e estudadas entre as diferentes raças de gado leiteiro. E as principais características de cada uma são:
Beta caseína A1: quando digerida origina um peptídeo chamado Beta-Casomorfina-7 (BCM-7). Alguns estudos indicam que esse peptídeo está relacionado com: alergia à proteína do leite, aumento dos sintomas gastrointestinais (como gases e desconforto), aumento das concentrações de marcadores de inflamação no sangue (estes marcadores estão relacionados com doenças do coração, diabetes do tipo 1, aterosclerose, entre outras).
Beta caseína A2: produz 4 vezes menos BCM-7, portanto reduz significantemente os efeitos deletérios deste peptídeo para a nossa saúde. Estudos mostram que pode reduzir o colesterol no sangue, protegendo contra diversas doenças caridiovasculares. Além disso traz benefícios na produção do leite, melhorando o rendimento do leite e a qualidade e quantidade da proteína.
Com tantas vantagens em utilizar a beta caseína A2, empresas internacionais já começaram a comercializar em larga escala leite e derivados contendo exclusivamente esta caseína.
No Brasil a marca Letti a2 começou a produzir no interior de São Paulo laticínios com caseína A2 em 2007 e mais recentemente muitos grupos vêm se mostrando interessados e acreditam no potencial deste novo produto. Tanto que em 2019, a cooperação entre o movimento #bebamaisleite a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) deu origem ao selo VACAS A2A2, que garante a origem do leite a2 através de certificação.
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