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Órgão europeu rejeita alegação de creatina para função cognitiva: o que isso significa para o mercado?

Órgão europeu rejeita alegação de creatina para função cognitiva: o que isso significa para o mercado?

A European Food and Safety Authority (EFSA) recentemente negou a reivindicação de que a suplementação com creatina melhora a função cognitiva. A decisão do Painel de Nutrição, Alimentos Novos e Alérgenos (NDA) concluiu que não há uma relação de causa e efeito suficientemente comprovada entre a ingestão de creatina e a melhoria das funções cognitivas.

O que levou à rejeição?

Embora alguns estudos sugiram que a creatina pode ter efeitos agudos na memória de trabalho, esses resultados foram observados apenas com doses diárias de 20 g/dia. O consumo contínuo de 5 g/dia por seis semanas não demonstrou os mesmos benefícios.

Dos 10 estudos analisados, apenas um indicou uma melhoria na inibição de resposta em uma dosagem de 20 g/dia por sete dias, enquanto os demais não mostraram efeitos significativos. Além disso, os dados de três estudos em populações com doenças também não sustentaram a eficácia da creatina para cognição.

O que dizem os especialistas?

Sabine Sieber, representante da Alzchem Trostberg GmbH (empresa que submeteu a alegação rejeitada), reconheceu a decisão, mas destacou que a melhora das habilidades cognitivas continua sendo um efeito fisiológico potencialmente benéfico e que mais pesquisas são necessárias para comprovar sua eficácia.

Por outro lado, Darren Candow, PhD e especialista em saúde muscular e óssea, destacou que a pesquisa ainda é limitada e que os estudos existentes são inconsistentes em relação às dosagens e metodologias aplicadas. “Ainda é muito cedo para concluir que a creatina melhora a cognição de forma geral”, afirmou o pesquisador.

O potencial da creatina no cérebro

Apesar da decisão da EFSA, a creatina continua sendo um nutriente amplamente estudado. Pesquisas indicam que a suplementação pode aumentar os níveis de creatina no cérebro em cerca de 10%, variando individualmente entre 3,1% e 14,6%.

Estudos anteriores sugerem que a creatina pode ser benéfica para a fadiga mental, memória de curto prazo e raciocínio, especialmente em situações de estresse como privacão de sono e tarefas cognitivas exigentes. O impacto parece ser mais significativo em populações com baixos níveis basais de creatina, como vegetarianos e veganos.

O que esperar do futuro?

A rejeição da EFSA não significa o fim da investigação sobre os efeitos da creatina na cognição. Pelo contrário, à medida que mais estudos forem conduzidos com metodologias mais robustas, novas evidências poderão emergir.

Enquanto isso, a creatina segue como um ingrediente chave no mercado de suplementos, especialmente no segmento de performance esportiva e saúde muscular, onde sua eficácia é amplamente validada.

Para os players da indústria, essa decisão reforça a necessidade de investimento em pesquisa e desenvolvimento, garantindo que alegações de saúde sejam baseadas em evidências científicas sólidas.

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