Primeiramente, vamos abordar a respeito de ações que as indústrias de alimentos podem ter para seguir o caminho da Sustainable Nutrition (Nutrição Sustentável).
Mas antes, para que você compreenda melhor, leia o nosso artigo que explica sobre a Sustentabilidade Nutricional, AQUI.
Atuo na indústria de alimentos e bebidas desde que me formei em Nutrição, há mais de 20 anos. Durante esse período, pude acompanhar o caminho trilhado por algumas empresas em relação à composição nutricional de seus produtos. Primeiramente, passando pelo enriquecimento ou adição de nutrientes como vitaminas, minerais, fibras, etc, inicialmente voltado para a quantidade desses nutrientes. Após, pensando em benefícios funcionais como o cálcio para ossos, fibras para o intestino, vitamina D para imunidade e entre outros.
Também passei pela fase das diminuições. Em primeiro lugar, a busca por eliminar a gordura trans, depois diminuir a saturada, o sódio, o açúcar e seguindo por aí.
Diets vs. Lights
Além disso, há os diets e lights que confundiram muita gente.
Segundo a legislação da ANVISA, os produtos diet são aqueles destinados a dietas com restrição de nutrientes (ex: açúcares; gorduras; proteínas e sódio), sendo considerados alimentos para fins especiais, ou seja, formulados especialmente para grupos da população que apresentam condições fisiológicas específicas, apresentando na sua composição quantidades insignificantes ou são totalmente isentos de algum nutriente.
No entanto, o conceito de light é baseado na redução mínima de 25% do valor energético ou de açúcares, por exemplo, sempre comparando com um alimento de referência.
Caminhos da Sustainable Nutrition
Com relação à sustentabilidade, os primeiros movimentos foram relacionados ao material de embalagem dos produtos, focando em reciclagem e impacto no meio ambiente. Aos poucos surgiram ingredientes buscando um impacto social mais positivo e sustentável, principalmente em plantações que historicamente traziam um histórico social e ambiental delicado.
Por exemplo, a iniciativa da Rainforest Alliance foi uma das primeiras a apresentar o cuidado na produção sustentável de cacau, tanto para o meio ambiente quanto para as famílias produtoras.
Ações Sustentáveis
Dessa maneira, temos ações que focam no perfil do produto, tanto em relação ao conteúdo nutricional quanto ao ingrediente que é utilizado em sua formulação. Entretanto, podemos considerar que, mesmo que coexistam no mesmo arcabouço, não necessariamente são ações conjuntas e alinhadas.
Contudo, acredito que já se encontram no caminho de Sustainable Nutrition. No começo, no meio ou quase lá fica difícil identificar. A boa notícia é: definitivamente pode ser um caminho.
Quando estava me preparando para finalizar essa coluna mensal, fiz uma viagem com minha família e no supermercado encontrei um produto que pode exemplificar bem o que estou apresentando. Comprei no Carrefour City em Paris no dia 20/07/2022. Não vou entrar em méritos de marca, estratégia de posicionamento de produto ou qualquer outro critério que não seja do tema que estamos conversando aqui.
Podemos ver o exemplo de fortificação de produto – fonte de vitamina D – e a o ingrediente produzido de maneira sustentável – o cacau com o selo Rainforest Alliance. Também vemos o Nutri-score que é uma iniciativa da União Europeia de classificação de alimentos e bebidas (esse pode ser um tópico mais para frente caso queiram que eu comente a respeito, só precisam me avisar via NutriConnection).
Com este exemplo encerro minha coluna e agradeço muito o acolhimento que recebi de vocês.
Referências:
- Ministério da Saúde. IN no 75, de 8 de outubro de 2020. Estabelece os requisitos técnicos para declaração da rotulagem nutricional nos alimentos embalados.
- Minstério da Saúde. RDC no 715 de 2022. Requisitos sanitários do sal hipossódico, dos alimentos para controle de peso, dos alimentos para dietas com restrição de nutrientes e dos alimentos para dietas de ingestão controlada de açúcares.
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