É fato que existem inúmeros suplementos alimentares no mercado, mas nem todos têm a mesma finalidade e alguns até mesmo não mostram benefícios com estudo.
Além disso, você saberia dizer quando eles são benéficos, ineficazes ou até prejudiciais?
Neste artigo, exploramos alguns aspectos sobre os principais suplementos e recomendações gerais sobre a ingestão.
O que são suplementos alimentares?
A ideia por trás dos suplementos alimentares, também chamados de suplementos dietéticos ou nutricionais, é fornecer nutrientes que podem não ser consumidos em quantidades suficientes.
Nesse sentido, os suplementos alimentares podem ser vitaminas , minerais , aminoácidos, ácidos graxos e outras substâncias fornecidas na forma de pílulas, comprimidos, cápsulas, líquidos, etc.
Os suplementos estão disponíveis em uma variedade de doses e em diferentes combinações.
No entanto, apenas uma certa quantidade de cada nutriente é necessário para que nossos corpos funcionem, e quantidades maiores não são necessariamente melhores.
Contudo, em altas doses, algumas substâncias podem ter efeitos adversos e podem se tornar prejudiciais.
Segundo a Anvisa, suplementos alimentares não podem ser confundidos com medicamentos e, por isso, não servem para tratar, prevenir ou curar doenças.
Os suplementos são destinados a pessoas saudáveis. Sua finalidade é fornecer nutrientes, substâncias bioativas, enzimas ou probióticos em complemento à alimentação.
Quando surgiram os suplementos?
O início da suplementação remonta a meados do século 20. Após sintetizar e isolar todos os tipos de vitaminas que nosso corpo precisa para sobreviver, os médicos começaram a procurar resolver problemas de saúde por meio de suplementos vitamínicos únicos.
Dessa forma, essas pílulas foram um antecessor do que hoje conhecemos como multivitamínico. Suplementos continuaram a aumentar em popularidade a partir desse ponto.
Posteriormente, a crescente modernização da agricultura nas décadas de 1970 a 1990, bem como o aumento das lojas de varejo que vendem alimentos pré-embalados levaram a uma mudança dramática na dieta das pessoas, incluindo a falta de nutrientes.
Nesse sentido, para preencher essa lacuna, mais pessoas começaram a recorrer a suplementos alimentares. Finalmente, a Lei de Saúde e Educação de Suplementos Alimentares foi aprovada em 1994, nos EUA.
Dessa maneira, ali foi definido oficialmente os suplementos alimentares como “um produto destinado a complementar a dieta que contém um ou mais dos seguintes ingredientes alimentares: uma vitamina:
- Um mineral;
- Erva ou outro botânico;
- Aminoácido;
- Substância dietética que aumenta a ingestão dietética total.
Além disso, encaixava-se também na definição
Um concentrado, metabólito, constituinte, extrato ou combinação de qualquer ingrediente descrito acima.
Quem precisa de suplementos alimentares?
Os suplementos não substituem uma dieta equilibrada e saudável.
Assim, é válido ressaltar que uma dieta que inclua muitas frutas, vegetais, grãos integrais, proteínas adequadas e gorduras saudáveis normalmente deve fornecer todos os nutrientes necessários para uma boa saúde.
Porém, para determinados grupos populacionais ou indivíduos, há necessidade de aconselhamento sobre suplementos, mesmo quando seguem uma alimentação saudável e equilibrada,
Ou seja, são casos de mulheres em idade fértil, indivíduos em uso de medicamentos específicos para problemas de saúde que interfiram no metabolismo.
Além disso, profissionais gabaritados, como um nutricionista, nutrólogo ou outro profissional de saúde podem dizer exatamente qual suplemento você deve tomar, em qual quantidade e como.
Nesse sentido, exames bioquímicos, como o de sangue, também são muito importantes para o diagnóstico correto.
Exemplos de grupos populacionais que requerem aconselhamento específico sobre suplementos
Grupo populacional | Nutrientes |
Pessoas com mais de 50 anos | Vitamina D, Vitamina B12 , folatoIdosos frágeis podem se beneficiar de um suplemento multivitamínico de baixa dose. |
Mulheres em idade fértil | Ácido fólico e vitamina D, possivelmente ferro |
Crianças menores de 5 anos | Vitamina A, vitamina C, vitamina D, embora as crianças com bom apetite que comem uma grande variedade de alimentos possam não precisar deles. |
Indivíduos que amamentam | Vitamina D |
Pessoas com exposição solar insuficiente ou pele mais escura | Vitamina D |
Veganos | Vitamina B 12, vitamina D 2 |
Qual o efeito esperado pelo uso de um suplemento alimentar?
A finalidade principal do suplemento alimentar é complementar a dieta com nutrientes, substâncias bioativas, enzimas ou probióticos.
Dessa maneira, os benefícios de seu uso estão relacionados à substância ou ao microrganismo fornecido.
Segundo a Anvisa, com exceção dos suplementos de enzima e probióticos, não é necessário destacar nestes produtos um benefício específico relacionado ao seu consumo.
Mas caso haja interesse de fazer esse destaque, só podem ser alegados os benefícios autorizados pela Anvisa.
Nesse sentido, os benefícios autorizados são aqueles que apresentam comprovação científica.
Além disso, associar um benefício específico em razão do consumo de uma determinada substância não é uma missão científica simples.
Isso porque os efeitos à saúde são, geralmente, consequência da atuação conjunta de uma diversidade de nutrientes e substâncias.
Embora muito úteis, em nenhuma hipótese, um suplemento alimentar pode apresentar indicação de prevenção, tratamento ou cura de doenças.
Acima de tudo, esse tipo de alegação é restrita a medicamentos e precisam ser comprovadas por outros meios.
Referências
- Agencia Nacional de Vigilância Sanitária https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/alimentos/suplementos-alimentares
- European Commission, Food supplements section: Disponível em: https://ec.europa.eu/food/safety/labelling-and-nutrition/food-supplements_en
- Swann JP. The history of efforts to regulate dietary supplements in the USA. Drug Test Anal. 2016 Mar-Apr;8(3-4):271-82. doi: 10.1002/dta.1919. Epub 2015 Nov 23. PMID: 26593452.
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