Um olhar sobre os simbióticos: definições, atualizações e impacto regulatório

Um olhar sobre os simbióticos: definições, atualizações e impacto regulatório

Em 2019, a Associação Científica Internacional de Probióticos e Prebióticos (do inglês International Scientific Association for Probiotics and Prebiotics – ISAPP) reuniu um grupo de profissionais especializados (incluindo fisiologistas, microbiologistas e nutricionistas) para revisar a definição de simbiótico.  Nessa nova definição, foi proposta a divisão dos simbióticos em dois grupos: simbióticos complementares e simbióticos sinérgicos. Mas afinal o que são os simbióticos e qual sua importância para a nossa saúde?

Simbiótico e saúde

Uma microbiota intestinal saudável (conjunto de microrganismos que vivem em nosso intestino) protege contra microrganismos invasores (que podem causar doenças) e ajudam a manter a nossa saúde, incluindo o sistema imunológico. Porém, diversos fatores podem causar a disbiose (um desequilíbrio dessa microbiota com redução das bactérias benéficas) entre os quais podemos citas: estresse, uso de antibiótico, alimentação inadequada, doenças intestinais, idade, etc.

Neste sentido, várias estratégias têm sido propostas para ajudar a modular a composição da microbiota intestinal, sendo a utilização de prebiótico, probióticos e simbióticos algumas das principais pois, além de efeitos comprovados para a saúde, trata-se de método não invasivo e de fácil administração, por meio de alimentos ou suplementos.

Definição

Antes de definir simbiótico é importante conceituar probióticos, que são os microrganismos presentes em alimentos ou suplementos que, quando ingeridos, são capazes de chegarem vivos no intestino trazendo benefícios para a nossa saúde; e prebióticos, tratam-se de ingredientes alimentares que chegam no intestino e são utilizados como substratos (ou alimentos) pelos microrganismos, trazendo resultados positivos para nossa saúde.

O termo simbiótico foi descrito pela primeira vez na década de 90 como “uma mistura de probióticos e prebiótico que exercem efeitos benéficos”.

A definição de simbiótico foi evoluindo de acordo com o avanço nas pesquisas científicas, sendo que em 2019 a ISAPP definiu os simbióticos como “uma mistura que envolve microrganismos vivos e substrato(s) utilizado(s) seletivamente por microrganismos hospedeiros que confere um benefício à saúde do hospedeiro”.

Entretanto, os profissionais da ISAPP chegaram à conclusão que somente essa definição poderia suprimir as inovações dos simbióticos feitos para funcionar cooperativamente. Então dividiram os simbióticos em 2 grupos:

  • Simbióticos sinérgicos: os componentes do simbióticos são projetados para atuar juntos, ou seja, o prebiótico é utilizado como substrato pelo microrganismo coadministrado (probiótico);
  • Simbióticos complementares: neste caso os componentes atuam de forma independente, pois o prebiótico não é utilizado pelo probiótico, mas sim por microrganismos presentes na microbiota do hospedeiro.

Importância da atualização do conceito de simbiótico – Análise do Impacto Regulatório

  1. Para as agências regulatórias: auxilia a definir um processo de regulamentação, aprovação e supervisão de produtos rotulados como simbióticos;
  2. Para as indústrias:  ampara o desenvolvimento de uma comunicação adequada e verdadeira para os consumidores, além de um melhor controle de qualidade e comercialização do produto simbióticos, com uma rotulagem correta;
  3. Para o consumidor: facilita a comunicação e entendimento sobre os simbióticos e os benefícios para a saúde

Referências:

Swanson KS et al. The International Scientific Association for Probiotics and Prebiotics (ISAPP) consensus statement on the definition and scope of synbiotics. Nat Rev Gastroenterol Hepatol (2020).

International Scientific Association for Probiotics and Prebiotics https://isappscience.org/

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