O que são Nutracêuticos?

Primeiramente, quando eu lhe pergunto o que são nutracêuticos, você pensa em que? Provavelmente algo relacionado a nutrição e talvez veio a sua mente farmacêutico. 

Então, se foi isso que você pensou, está… correto! Dessa maneira, o termo nutracêutico é a junção entre nutriente e farmacêutico, podendo defini-lo como alimentos ou parte de alimentos que trazem benefícios à saúde, em que pode ser desde a prevenção até o tratamento de alguma doença. Por exemplo, nutrientes isolados, suplementos, alimentos geneticamente modificados, produtos plant-based, alimentos processados, dietas e entre outros.

Além disso, os nutracêuticos são uma alternativa terapêutica ao fornecer benefícios para uma melhora do estado nutricional e saúde. 

Como está na parte regulatória?

Até os dias de hoje, a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) não reconhece o termo “nutracêutico”. Entretanto, a RDC n°243 de 2018 tem a seguinte definição das substâncias bioativas “nutriente ou não nutriente consumido normalmente como componente de um alimento, que possui ação metabólica ou fisiológica específica no organismo humano”. Porquanto, possuem uma grande semelhança de definições de termos. 

Classificação dos nutracêuticos:

Propriedades funcionais: algumas das características constantes nas substâncias e alimentos considerados nutracêuticos são anti-inflamatórios, antioxidantes, anticarcinogênicos, antibacterianos e entre outros que ainda estão sendo estudados. Porém, quando for avaliar um produto para saber se ele se encaixa nesse termo, deve-se observar se ele realmente traz benefícios para a saúde. 

Fonte alimentar: como a maioria dos alimentos são divididos entre origem animal e vegetal, o mesmo ocorre com os nutracêuticos.

Natureza química: eles possuem diversas características, mas alguns nutracêuticos são agrupados em: carotenóides, proteínas, aminoácidos (essenciais ou não-essenciais), minerais, vitaminas, peptídeos e compostos fenólicos. 

Exemplos:

Probióticos 

Por exemplo, os probióticos podem trazer diversos benefícios nutricionais, podendo ser chamados de alimentos funcionais quando tiverem como alimento in natura ou processado. Contudo, quando forem disponibilizados em cápsulas, sachês e doses concentradas, eles serão chamados de nutracêuticos. 

Caso você queira saber mais benefícios dos probióticos, acesse AQUI.

Fibras Alimentares

As fibras alimentares foram citadas no século XVII pela primeira vez, mas que depois disso sofreu diversas alterações no seu significado e aplicações. Ao passo que, hoje em dia elas estão sendo muito relacionadas e citadas na produção de suplementos prebióticos, que também ajudam na saúde do sistema digestório. 

Mercado dos nutracêuticos

Atualmente, o mercado de nutracêutico na América do Norte foi projetado para registrar um CAGR de 6,4% de 2020 a 2025, mas é esperado que o Brasil expanda CAGR mais rápido no período previsto. Visto que, um dos motivos para essa estimativa é a alta preocupação com a saúde física e mental entre os consumidores. Além disso, o mercado foi avaliado em US$ 382.51 bilhões em 2019.

Nutracêuticos vs. Suplemento alimentar

Conforme explicado na introdução, os nutracêuticos não são regulamentados no Brasil e possuem uma grande área de pesquisa e inovações para o mercado de alimentos. 

Entretanto, os suplementos alimentares são produtos de ingestão oral, que estão destinados a suplementar a alimentação de indivíduos saudáveis com nutrientes, substâncias bioativas, enzimas e probióticos, isolados ou combinados. Além disso, eles estão em forma farmacêutica. 

Caso você queira saber as diferenças entre alimentos funcionais e nutracêuticos, acesse nosso artigo AQUI

Portanto, os nutracêuticos são como uma alternativa terapêutica que fornece benefícios aos indivíduos, em que as propriedades funcionais que o alimento contém, são transformadas em cápsulas para serem consumidas, como fibras encapsuladas, probióticos e entre outros. 

REFERÊNCIAS:

  • ANDLAUER, W.; FÜRST, P. Nutraceuticals: a piece of history, present status and outlook. Food Research International, Stuttgart, v. 35, n. 2-3, p. 171-176, 2002. 
  • BISSON, M. P. Nutracêutica clínica, estética, esportiva e prescrição de fitoterápicos – Barueri, SP: Manole, 2020.
  • BRASIL, Ministério da Saúde. Alimentos funcionais. Biblioteca Virtual em Saúde, 2009. Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/alimento-funcionais/>. Data de acesso: 24/08/2022.
  • BRASIL, Resolução da Diretoria Colegiada – RDC n°243, de 26 de julho de 2018. Dispõe sobre os requisitos sanitários dos suplementos alimentares. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 27 jul. 2018. Seção 1, p. 100. Disponível em: <https://www.in.gov.br/materia/-/asset_publisher/Kujrw0TZC2Mb/content/id/34379969/do1-2018-07-27-resolucao-da-diretoria-colegiada-rdc-n-243-de-26-de-julho-de-2018-34379917>. Acesso em: 24/08/2022.
  • DEFELICE, S. L. The nutraceutical initiative: a recommendation for U.S. economic and regulatory reforms. Genetic Engineering New, v. 12, n. 5, p. 13-15, Nova Iorque, 1992. 
  • GOMES, A. S.; MAGNUS, K.; SOUZA, A. H. Riscos e benefícios do uso de nutracêuticos para a promoção da saúde. Revista Saúde e Desenvolvimento, Curitiba, v. 11, n. 9, p. 57-75, 2017. 
  • MORAES, F. P.; COLLA, L. M. Alimentos funcionais e nutracêuticos: definições, legislação e benefícios à saúde. Revista Eletrônica de Farmácia, Passo Fundo, v. 3, n. 2, p. 109-122, 2006.

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